Andava afastando-se daqueles que estavam ali apenas para driblar a multidão. Era acabrunhado, mas destemido. Era estonteante ver-se junto àqueles que nunca, jamais, se pensou que estaria. Era fabuloso. Uma anêmona marinha e cheia de tentáculos extravagantes dera-no a chance de ser o que era, e, agora, ele tinha a incrível missão de sair por detrás dos muros caóticos daquela imensa cidade e degustar do mais puro e árido sombrite que enaltecia a face entardecida e esvaziava a carne alheia. Bom, era ele quem teria a grande chance de descobrir em si mesmo o poder de estar ali, diante do que fora dado pela anêmona sagrada, o seu bracelete de chagas mortas, postas a destruir o universo; seu interior. Era esse seu vazio, seu martírio, a recompensa descontrolada e, quiçá, que debilitava-o francamente.