Subiam ao veículo cerca de quarenta e poucas pessoas, cada uma com uma característica peculiar. Os olhos ansiosos, a boca seca e a audição apuradíssima. Subiam ao veículo, na verdade, a um que conseguia levar e trazer muita gente, um ônibus. Era uma excursão. Para alguns, muito esperada; para outros, nem tanto. As pessoas se comunicavam, pareciam se conhecer. Conversas soltas e despojadas faziam parte dos diálogos. Outros eram calados, reservados, só observavam. Havia ainda aquele que não dizia nada pelo simples fato de não entender o que os demais estavam falando, pois falava inglês e alemão, viera da Alemanha. O Brasil, aliás, era bem receptivo com os famosos gringos — assim chamados por nós —, em sua plenitude. Aqueles eram cortejados ao extremo, como todo e bom brasileiro, a nossa hospitalidade é de ponta, distribuímos carinho, amor e muita atenção aos estrangeiros. O engraçado é que no país deles, nós, brasileiros, não passamos de meros comuns, sem qualificação espiritual ou