Como já me defino como escritor LGBTT e lutador pelas causas, abaixo um trecho de um conto que poderá ser parte de uma antologia futuramente.
Obs. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
PORQUE EU TE QUERO TAMBÉM...
Uma boca carnuda; uma barba rala que me espinhava
suavemente; uma noite de corrida; uma suposta brisa e eu ali, nos teus braços,
nos teus lábios, no teu corpo, no teu peito — delirante. Um hálito puro e
acalentador, por mais inóspito que fosse. Adorei. Cueca — duas cuecas. Dois
seres embriagados a uma só explicação: atração. Eu, fundamentado no hábito de
um enraizamento delirante de algo que nasceu comigo, de que me faz intrínseco;
a mais pura essência humana.
Pus meus olhos em você, e me fiz em teu beijo, no
teu cheiro, no teu abraço — aliás, delirantes! Fiz-me embriagado. Beijamos! Nos
apalpamos. Nos acalentamos. Seus toques eram selvagens e ao mesmo tempo
inspiradores — carinhosos. Resvalos e afagos excitavam-me de uma maneira
inexplicável. Amor. Começávamos a fazer amor. Num rompante, seu sexo me tocava
e eu podia explodir de tão orgânico que estava. Dilacerava. Contagiante.
Uma música linda de Nando Reis — Luz dos olhos — iniciava
e eu já me enchia de emoção, uma que só àquela me trazia; e junto ali de ti,
fiz-me capaz de uma das maiores expressões do amor: sexo, sexo, sexo, sexo...
Um estopim de carícias que deram à noite as estrelas mais lindas — as que eu
encontrei em teus braços.
Sem nenhuma deixa de preocupação, deitava-me sobre
seu corpo, sobre seus laços e me deixava levar, porque da vida a única
expressão desvairada que levamos é o prazer. Prazer... Foi exatamente isso que
seus gemidos me acarretavam. Amei. Foi amor; foi sexo; foi beijo; foi eu e
você.
Num colchão improvisado, numa casa improvisada,
numa vida sem rumo, mas com toda a certeza de que lembranças ficaram —
permaneceram —, eu adormeci contigo, em seu calor, em sua respiração facunda e
gostosa. E agora, eu arrepio todas as vezes que me lembro, e me faço de
esperanças, que talvez um dia a de te ver de novo, para repetirmos esta noite
raptada em seus laços. Percebo o quanto eu cresci depois daquele dia, depois
daquele maço de emoções e revelações.
A única coisa de que eu mais me lembro é de
memorizar as frases... "E eu te chamo, eu te peço: vem...". Foi
bom...
Este texto foi inspirado na linda canção de Nando Reis "Luz dos olhos".
A música...as palavras, um encanto!!
ResponderExcluirFico feliz que tenha gostado, minha linda! Obg ;)
ExcluirEmocionante e nem encontrei as palavras para descrever a emoção...mas fica aqui essa sensação que o texto trouxe para mim.
ResponderExcluirObrigado pelo lindo comentário, Luna! Bjo grande!
ExcluirAté parece que foi algo vivido, e creio que deva ter sido... ;)
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