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v A z I o


 

Parece que estar sozinho tem se feito presente demais. Isso não é ruim, aliás, a melhor companhia deveria ser a nossa. Mas, o vazio tende a se instalar, não por mera carência, mas por anseio de uma realidade que parece inalcançável. Não estou sendo influenciado pelas propagandas midiáticas, nem por datas comemorativas, mas o ser humano tende ao social (sei que vários teóricos já falaram sobre isso). 

Noto-me diante de um peito que estoura n'uma tendência ao acalento de outro, no querer do outro, na tentativa de viver um único momento do nosso sonho à realidade. Não é midiático, é real, é o querer viver o real, um dos melhores sentimentos é o do acalento real, do peito e dos olhos de quem a gente sente. Por isso o sonho de cada um é intrínseco demais, ímpar demais; porém, existente e resistente. 

Há dias que o sentimento se apaga ou se camufla em sua correria, mas ele está lá, esperando para ser vivido. Eu? Eu não acredito que estou escrevendo um texto autorreflexivo sobre um sentimento, ou uma necessidade dele em minha vida. Porém, acredito que o sentimento, por mais estranho que seja, ou ainda desconhecido, um dia há de fazer sentido. Fico deveras chateado por não entender ou entender até demais; sentir o vazio ou sentir-me cheio demais, de que nunca fui preenchido comigo mesmo, ou que me preenchi de expectativas que só a realidade conseguirá refutar. 

Não podemos mandar e comandar os sentimentos em todos os momentos, e por isso a gente escreve para entender melhor cada um deles, apesar de nunca sabermos nem metade ou um quarto do que ocorre em nosso cérebro. São muitos neurotransmissores trabalhando para que o caos se instale de vez. 

Ou estão trabalhando para tentar nos jogar janela a fora, fora da irrealidade do sentimento. Não é busca, como havia dito no início, é só a pretensão de que o sentimento, talvez chame-o de amor, é bom demais para não ser vivido. Dessa maneira, ele precisa ser experienciado, fagocitado às vísceras, para podermos entender melhor o que há dentro de nós. Talvez o outro nos auxilie nesse processo de tantas descobertas. Amar (assim chamado) é o ato das descobertas. 

Enquanto vivo as palavras sófregas e piegas que aqui estão, meu sonho se torna quase realidade, com a contradição de que a realidade não é a massa perfeita de um pão, e nem a cobertura mais gostosa de um bolo, a realidade é dura, significativa e escancarada;  ou seja, ela nos afeta drasticamente, o que nos torna assim, deliquentes de uma realidade inalcançável, mas que poderia ser atingida se tudo o que queremos fosse sentir verdadeiramente. 


Obrigado por ler até aqui! ;) 


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