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todo ser

Todo ser precisa de amor. De suor.

O sol, finalmente, resplandeceu a luz em cenhos -- um tanto robustos, um tanto magros, um tanto nossos; sinuosos o suficiente para nos termos em um caos deliberadamente previsto.

O sorriso solto fez-se grito de alegria. Quiçá, felicidade! Um cordão umbilical fora construído diante aquela mazela de odores. Fétidos? Não!, de suores. Muito suor. Todo ser precisa de um amor -- precisa de suor. 

As mãos mais ásperas tocavam as costas, arrepiavam-no até a nuca. Era artista sentindo, era comoção em ouvir seus sonhos; a emoção escarlate saia das vísceras e atentava-se às mordidelas nos lábios inferiores. A língua?!... Ela transitava céus. 

Os pelos grossos mexiam na pele, roçavam-na num frescor efervescente. Não era mais possível sentir-se mal. Sonhos deitados. Seixos rolados. Planos unidos. Sentidos ofuscados. Hormônios libertos; livres em dois corpos que não caem... Que levitaram. Sorriram.

Vozes assíduas se acalmaram... Gemidos se fizeram presentes.
Milhares de toques formaram o estopim dessa Guerra de Mundos. Dois mundos!; Três Mundos!; Quatro Mundos!; ou a quantidade de mundos que quiserem ter!; O mundo é nosso!. Salienta-se as nádegas, o intumescimento dos órgãos volatizavam suor... Volatizavam amor.

A pele se rabiscava em linhas vermelhas. O sangue não pulsava, dilacerava a pele branca, apresentando-a à boca; vermelhidão, tesão. 

Não há por que se lembrar de cabelos, de roupas -- todos jogados, bagunçados; quase sem. 

O abraço mais parecia um; não eram; os era!

O céu, nessa certeza voluptuosa, era resplandecente. Sorria, trazia-se a verdadeira energia daquele momento eternamente mágico. Magias não existem. Momentos existem.

A verdade de correr o peito, os pelos, os braços; as tenras pernas grossas; as coxas que se roçavam; o veludo dos corpos que se acalentavam em turbilhões de sinapses... Na adrenalina que se deixava; na serotonina que se apresentava.

Não há jornal que diga com todas as manchetes o vil dos deleites. Não há mídia que explore a mais carnal e real relação de dois. De três. De quatro. De quantos quisermos ou quiserem. Somos todos em apenas um.

O calor final era mais célere de todas as emoções. O cérebro já captava o respirar tenro e auspicioso. Aboletar-se ao corpo quente, nu, e presente, trouxe-me -- e agora posso dizer -- trouxe-nos a ternura sanguínea que precisavamos para acompanhar as mãos dadas deste futuro que os aguarda. Que os mantém, subitamente, unidos. 

Obrigado por ler até aqui!

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