Derradeira. É um sonho. É um afago. É muito ruim quando as lembranças batem. Apanham-nos em cerne quente, contumaz, e nos deixam cheios de sensações tão sensíveis (véus escarlates em gelo nitrogenado); quase uma tempestade ensurdecedora. Queria eu estar à frente de qualquer sentimento. Mas, sou humano... como você. Há tudo isso e muito mais... Muito mais do que possamos dizer... Muito além do que pensamos, e que não é nem um pouco dito. Tudo vai dar pé.
Uma união de atmosferas, parecidas à volúpia; porém, muito mais sagaz; coisa que poucos têm. Tenha certeza que quase ninguém contempla o sentimento efervescente em suas veias; há poucos no mundo que ouvem o coração. O bate-bate lhe traz à mente um preço incalculável do momento, e o momento não é feito apenas de passado, é feito de muito presente, e, mais ainda, de futuro! Sim! O que vem, ou que está por vir, é sem dúvida uma das nossas maiores sensações; uma das mais onipresentes degustadas. Tudo vai dar pé.
Hoje, notei, enquanto andava pela natureza, o quão pequenos somos dentro de tudo que sentimos e o quão grande somos por colocarmos para fora todos esses sentimentos; o quão rico é a leveza das palavras. Ainda mais quando estamos defronte a um rio de águas cristalinas, cheia de organismos que em suas minúsculas relações nos entorpecem e adormecem em um leito suave, brando, as quais nos reconforta. Tudo vai dar pé.
Neste final, ou no final em que todos esperam, eu percebo como vivente que tudo que passamos em nossas rotas, a verdadeira imensidão da causalidade, acontece minimamente conforme o que tem que ser; não há outra opção; há essa opção; há essas passagens; há essas pessoas que conhecemos; há esse trabalho que temos; há esse lugar que vivemos; há essas pessoas que todos os dias nos olham - olhares que (menos ou mais serenos) nos atingem com conflituosos desejos, dos mais decifráveis ao menos oculista. Há tudo uma razão por ser, ou para estar. Há sempre uma imensidão dizendo que os seus passos são seus; suas escolhas são suas; seus abraços são dados a todos que os queira dar; a vida (a sua, a minha) tangenciam-se em milésimos de segundos; nos batemos frente a frente e amargamente nos abraçamos; ou, docilmente nos beijamos. Há sempre tudo que há por mera e espontânea vontade. Por isso, acreditar que as coisas se ajeitam é uma maneira de revivermos a esperança guardada no nosso baú; uma maneira de reinventarmo-nos fortemente para lidar com o amanhã, o qual, mais uma vez, nos dirá que tudo vai dar pé.
Obrigado por ler até aqui!
Comentários
Postar um comentário