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Eu te amo



E aí, é bom amar?... O coração diz que sim; a razão... Eu já não sei. Sinta a paz do amor.

Já tive algumas experiências na vida. Hoje, olhei-me. Dei uma dentada na insegurança. Recobrir-me de satisfação pelo momento benevolente que venho tendo. Minha alma está em paz. Sempre quis me deleitar em meios brandos e santos, para sentir a leveza do que era estar bem. Há tempos busco a cura das minhas injúrias, dos meus incestos. Agora, mais do que nunca, posso dizer-te que tenho o que quero. 

Lógico que dúvidas, supostas e salientes, surgem num compasso de amedrontamento, mas eu sei que sempre estarei verossímil comigo mesmo, independente de qualquer coisa, porque hoje eu me conheço, sei do que gosto, do que quero, do que espero, e de como quero e sinto.

É mágico como o tempo é capaz de salientar-nos e moldar-nos em níveis mais ou menos evoluídos, em um  processo transmutacional. Hoje, agora, nesse instante, eu sinto, eu sei que a emoção por gostar de alguém me entorpece e eu posso tentar subir as palavras, soletrar notas, enfrentar tons, buscar uma ferida aberta, salientar torcidas. Hoje eu posso ver e ter. Olhar; enxergar. Degustar de um profundo e singelo odor fresco, de chuva prolongada, de unicelulares em solo aquoso - eu posso degustar de um argissolo pegajoso. Tudo isso em nosso perispírito, em nosso meio, em nosso Eu.

A coisa mais instigante que me afeta agora é a vontade exacerbada de abraçar-lhe, de beijar-lhe, de dar-lhe um aperto de coração; de sentir com toda veracidade os seus lábios, seu toque, me possuindo dos pés aos pés, dos fios de cabelo aos fios de cabelo, como num ciclo perene, numa chuva de flagelos constantes, de movimentação em inércia - nada em repouso -, tudo em equilíbrio dinâmico. Eu te amo. Eu nunca pensei que te diria isso, mas eu te amo, e amo, amo como nunca amei, amo como sinto agora, como quero e te desejo todos os dias, todas as horas, quiçá os eternos minutos - te amo. É a expressão mais íntima e ínfima dum ser (é clichê), o amor, o amar, a ação, o substantivar, o decair em risos desprendidos; é isso, é sentir, é sentir sempre que precisar; tornar-se vivo.

Aliás, estar vivo é sofrer riscos, é se jogar em precipícios, é mergulhar nas destrezas, é segurar as incertezas, é melhorar sempre, para que os pequenos erros fiquem para traz, como forma de reconhecimento de uma vida que valeu muito a pena.
Eu te amo.


Obrigado por ler até aqui!

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