Está vendo aquela borboleta? Siga-a! Veja as cores de suas asas - o rosa que transcende o púrpura e a mescla exuberante que surge do verde água das bordas. Está em repouso. Logo ela pode voar. Ela pode, simplesmente, bater as asas - movimentar seus pelos dorsais e deixar seu posto. Olhe-a.
O graveto, o qual a sustenta tem uma casca dura, típico. Está com fruto de alguns fungos, e, ainda, esverdeado por briófitas que o enfeitam, atribuindo-lhe a (h)umi(l)dade que confere o(a) o(dor) mais límpido(a) daquele lugar. Olhe aquela borboleta. Ela vai bater as asas.
Entrementes, segure-se, não adianta se desesperar. Afobar-se é por tudo a perder. A borboleta ainda está ali. Mas, pode ser que ela realmente se vá. Corra! Não! Espere! Eu disse, "não se afobe". Não vá pelo instinto, vá pela razão. És um animal racional, pense... Segure-a. Veja como pode fazer com que ela permaneça ali, olhando o horizonte como sempre esteve todos esses anos. É preciso observá-la; notá-la. É preciso retroceder ao passado. Não a confunda com libélula, nem com uma mariposa - elas são diferentes! Olhe o histórico das cores - de onde veio?... Tudo parece uma charada, e realmente o é! Perceba. Note. Não corra; não se afobe; punha tudo a perder? Suplico-te, não! - Cuidado!
Ela movimentou as asas; deu duas primeiras batidas concêntricas. Olhe! O coração pulsa. Uma batida mais forte; outra. Não adianta se afobar. Corra! Não! Corra à sua memória, vá, não perca tempo, recupere suas lembranças antes que ela saia, antes que tudo que você lutou acabe aqui. Lute, vai!
A borboleta não vai te deixar se ela for cativada; se o passado que a possui, também o possuir; se a vida que lhe foi dada, houver partes compartilhadas; se tudo o que ela disser, houver pontos e contrapontos; se tudo for, de fato, recíproco. Está vendo aquela borboleta? Então, lute! Não a deixe partir.
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