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Você é covarde?


Já parou para pensar o quão covarde você é? Desculpe, pode parecer grosseiro; na verdade o é, mas já parou para pensar nos seus atos? Eu não digo atos pensados, mas aqueles que fazemos porque, bem lá no fundo, estamos sendo covardes! E quando digo covarde, não quero dizer que estás sendo covarde com seu semelhante; mas sim, consigo mesmo - com você! Sim. A pior covardia é você enganar-se a si. Saber no subterfúgio que algo não está certo, mas continuar, persistir, se enganar e acovardar-se para não mudar, ou, ao menos, não tentar remediar. No entanto, somos covardes não porque queremos, mas porque não sabemos que estamos o sendo. Na maioria das vezes o subconsciente é quem comanda esses atos involuntários, ou que são desapercebidos, que nos cegam completamente. O acovardar a si próprio é não enxergar que o mal que o reprime está em você, contido num único ser chamado: eu.

Mudar! A palavra chave pode parecer muito simples de ser encarada, mas não é. Não é, porque mudar não significa que tudo está resolvido. Há uma demanda complexa de energia que volatiza a vontade e satisfaz a ânsia. No entanto, até se chegar à ânsia, há barreiras e perdas no meio do percurso. Mudar não é apenas falar que vai mudar porque se quer mudar. Mas, mudar, quer dizer que você reconhece o seu erro, ou seu defeito (lembrando que ninguém é perfeito e todos têm defeitos), e tem em si, em sua mente, em seu corpo, em seu perispírito, que algo precisa ser feito e que há necessidade de agir. Isso é mudar. Contudo, há pessoas que se acovardam aí, bem aí nesse ponto, veem o erro, deparam-se com o problema, sabem que o tem; só que surge o receio. Digo receio porque talvez não seja medo, já que este é o repúdio sem conhecimento do que pode vir a acontecer; o receio é o repúdio pelo o que eu sei que pode vir a ocorrer, já que tenho hipóteses desfavoráveis sobre o meu objeto de repúdio. Sim! Nesse caso, quando sentimos receio e não prosseguimos com as possíveis mudanças; saltamos para um outro ponto: pomos a culpa em outrem.
Pensamos que o erro não está em nós, que ele está no que nos cerca; às vezes o outrem pode ser encarado não como pessoas, ou indivíduos que estão ao nosso redor, mas aos próprios objetos e circunstâncias que nos rodeiam. Quantas vezes você já não disse: "Eu quero viajar para esquecer ou fugir dos problemas"? Deu certo? Sim, claro que deu certo; todavia, por quanto tempo? Algum tempo depois os problemas voltaram; as angústias te perturbaram novamente? Enfim... Se isso aconteceu, é porque você está mascarando aquilo que está em você. Internamente em nós. O mal resolvido. A covardia, já dita, é o que nos remete a isso, lógico que há fatores que intensificam esse processo, mas tornamo-nos covardes conosco, convosco! Tentar sair de um lugar e ir para outro pode até minimizar um problema, ou parecer apaziguador por instantes, mas ele é seu, o problema é você quem o carrega, é você quem o nutre e o mantém. Só você!
Não há por que fugir de lugar para lugar se o seu eu está perturbado, confuso, cheio de estranhas dúvidas; não adianta vociferar palavrões e não agir em si, não buscar o delírio mental, talvez na meditação, sobre o que é realmente seu e o que não é.  Simplesmente nós pensamos que o problema são os outros, mas na verdade, o problema está em nós; bem aqui, na mente.

Não mascare o problema com o problema.

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