No compasso dessas cifras eu danço
Num balanço existencial
Neste encanto de palavras finas e sem austeridade
Eu minto, tiro-me da sanidade
Dou pulos de coração, dou rodas de samba-canção
Dou-me aquilo...
No compasso dessas cifras bem-feitas
Trago um aperto no peito
Deito-me no cansaço evasivo... Aos delírios
Afogo-me nos teus braços flamejantes
Dou suspiros e murmúrios insolúveis
Dando lugar a meus pensamentos delirantes
No compasso dessas cifras eu enlouqueço
Eu me adoeço, eu me resvalo de tesão
Subo o mais alto pé de feijão
Dou três golfadas de fadas azuis,
Sento-me numa paisagem dos deuses
Sorrio sem parar e dou-me à alegria
Caio de lá de cima,
Mas uma nuvem me contém
Eu mantenho os passos suaves e a chama me detém.
No compasso dessa música eu perco os pés,
Crio asas de gato
Trombas de morcego
Enfeito-me de penas de cavalo
E possuo a força de um galho.
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