Já não se sabia mais o que era certo ou errado. Tudo parecia estar rodando em uma contradição eufórica da mente. As janelas escuras por conta da falta da luz de fora traziam penumbras que envolviam-nos num amedrontamento infindo. Um silêncio misterioso pairou de repente. O que aconteceu?
Uma ventania descabida começou a rumorejar um som estridente e aterrorizante que causava calafrios. Uma moeda de cima da cabeceira da cama caiu sem ao menos pedir licença, o que acabou assustando a todos. Alguém gritou! Quem?
Um homem grisalho passou entre a porta da frente e refletiu uma sombra que acalentou ainda mais o temor, e um gole de saliva seca desceu o esôfago, num ato de sôfrego pela luz. Aliás, a luz estava custando a voltar e todos ali, encolhidos, agarrados um no outro, gemiam e temiam algo que nem mesmo eles sabiam o que era. Escureceu! Por quê?
Um jato de tinta vermelha tomou conta da vidraça da janela do quarto em que estavam e todos puderam notar que aquilo, ou alguém, não estava para brincadeiras. Era sério! Estremeceram!
De repente uma lâmpada se acendeu e uma sombra longa e desconfigurada se formou em meio a fresta da porta e a parede. Um susto! Quem era? A sombra se mexia e o barulho do vento soprava que chegava a grasnar sons que só pássaros noturnos tinham a capacidade de fazê-los. Outro "de repente"! Uma mão tocou a maçaneta da porta da frente e o rosto de todos se fez numa preocupação dilaceradora que mais pareciam rezar pela vida. Um desespero imenso os abateu!
Começaram a chorar e, finalmente, algo concreto se deu: um barulho! Onde? Na porta para qual eles estavam defrontes.
Outro grito! E outro! E mais um! E de repente a mão foi contornando a maçaneta e foi girando, girando, girando e, de maneira tênue, a porta foi sendo aberta bem de mansinho como se não quisesse assustar ninguém. Um quarto (1/4) dela estava aberta e ninguém aparecia.
De repente! Apareceu! Era João, pai das três crianças, que estavam sentadas vendo filme de terror, assustadas com todos os sinais da possível tempestade que caía lá fora.
Por um instante elas se sentiram aliviadas!
Quem nunca sentiu medo de algo que nem era de verdade? A mente confunde a gente! Relate sua experiência!
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