Quando a flamejante gravata se aboleta em sombras
O torvor dos pássaros ressoa-se em constantes dobradiças
Não há perdas, muito menos consoantes em hiatos perenes
O púrpura da rolha do nosso vinho enobrece cada gole em fervor
Há rompantes certos, de cozidos ossos frágeis e muito usuais
Não que haja sonhos entorpecentes, apesar que haverá
Sonho sagaz, cheio de desvencilhamentos etéreos
Sacos, lanches, frutos mórbidos de seres incapazes de cuspir à contravontade
O dito covarde
O maior jeito de sôfregar o simplório de si mesmo
A tragédia grega evidenciada em minúsculos ossos do carpo
Como já disseste: "frágeis e muito usuais"
Não há o que esperar do desalento, do desafeto, das pálpebras suculentas
O fosco dos lábios e o rubro dos peitos já são razões suficientes para este esquecimento
Pode-se fugir da realidade escancarada
Pode-se correr rumo ao nada em compasso desalento
Pode-se chorar em uma névoa escura de sons alfandegários
Pode-se viver do medo de viver, sem sombrear novamente os sonhos
E se pode albergar tamanha satisfação no capuz algoz que lhe guarda o nó na garganta
Só sonha, apenas sonha, apenas vê... o que não há de ser
E nesse instante nebuloso, cheio de persianas que não reclusam os traços fatídicos
Há sempre o império construído
De sinonímia de pertences que se ajeitam em hálitos mornos em fulvas de perdas massacrantes
No simples ato daquele hiato deixado pelo verbo amar.
obrigado por ler até aqui!
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