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Recordações


Sentado, ouvia uma música que o despertava as mais infinitas sensações. Eram muitas emoções que resultavam em lamúrias intermitentes em seus olhos. Gotas saltavam. Talvez fossem lembranças boas; talvez ruins. Aquele não era o momento de decidir. Muitas vezes olhava o luar que se formava e tentava tirar dali alguma esperança, um vício novo, um álbum de fotos atual. Queria deixar as recordações. Elas vinham e escalpelavam seu coração. Sua alma deitava-se defronte a um assoalho de martírios vividos e ele rolava em dores sangrentas que violentavam o seu ser. Eram testemunhos de um grande amor. Fora deixado. Um punhal em seu dorso. Um raio com milhares de quilojoules o afetara. Era muita energia. Cantara...

Havia dito aos céus que tudo seria lindo; tudo seria perfeito; tudo seria como ele sonhava. Tinha se iludido? Não... Havia acreditado. Acreditado demais. Muito mesmo! Costumava pensar na benevolência das pessoas como verdadeira. Isso o fazia ficar assim. (uma pena...).
De lágrima em lágrima uma recordação tomava seu cérebro, abrindo de vez suas têmporas, causando-lhe uma dor de cabeça latente.
A relva que se tinha diante dos seus olhos marejados se abria com o vento suave e acalentador que era formado logo ali (ali próximo de seus sentidos), e uma angústia o consumia ferozmente. 
A música marcava sua alma. O toque. A melodia. A letra. O cantor. O momento. O timbre. Tudo! Eram para fazê-lo chorar cada vez mais... "Estranho, mas já me sinto como um velho amigo seu"...
Era dor, era aperto. As recordações não eram boas para ele. Sofria... 
Infelizmente havia de deixá-las, por mais que ele não quisesse. Por mais que os momentos vividos tivessem sido bons. Foi tudo em vão... Ou não... Foi mais um aprendizado. 
Deixaria de vez as lembranças para assim seguir sua vida, seu destino, que mal sabia qual era. Deixaria tudo de lado, tudo que se possa imaginar, para tentar dar, mais uma vez, um belo sorriso.



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